Timor 2001 (2)
Timor 2001 (2)
Sábado, após a cerimónia de início do ano lectivo na Universidade, dei o primeiro passeio por Díli. O grau de destruição das casas, dos passeios e das ruas causou-me um sentimento de pena muito grande. Confirmavam-se as imagens que tinha visto na televisão. Passeei pela marginal, em frente ao Palácio do Governo, ainda com todo o espaço entre o Palácio e o mar completamente abandonado, sem relva e com os canteiros destruídos. Apenas o monumento aos descobrimentos portugueses se mantinha como que mostrando que Portugal estava ali para ajudar o povo timorense a iniciar nova etapa da sua vida, agora como país independente.
O Hotel Dom Aleixo, onde fiquei hospedado, cujo nome é uma homenagem a Dom Aleixo Corte Real, nascido em Ainaro em 1886 e assassinado pelos japoneses em 1943, durante a ocupação japonesa de Timor. Foi liurai de Suro e Régulo de Ainaro, onde lhe foi prestada homenagem por Portugal, com a construção de um momento numa das suas praças (ver foto junta).
Dom Aleixo revoltou-se contra a presença dos japoneses tendo sido capturado e morto por eles, com vários membros da sua família. Em Ainaro foi Pároco o Padre Alberto Gonçalves, meu conterrâneo, que se rendeu aos japoneses e que esteve preso em Liquiçá. Após a guerra reuniu os restos mortais de alguns padres que foram mortos na mesma altura em que foi morto Dom Aleixo e depositou-os na Igreja, onde estive tendo tido oportunidade de constatar este facto.
Continuando o meu passeio, passei pela casa do Senhor Bispo de Díli, à altura Dom Ximenes Belo, pela igreja de Motael, pelo Farol, pelo ainda Hotel Makota, pela UNTL – Universidade Nacional de Timor-leste, pelo Sporting de Díli, pelo Sport Díli e Benfica e pelo Liceu Sousa Machado, onde agora funcionam alguns cursos da UNTL. Aqui leccionou uma professora da minha terra de quem, mais tarde falarei pois era irmã do Padre Afonso e que ali estiveram muitos anos.
Aceitem um abraço do,
Manuel Cordeiro
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