Timor 2001

             

Cheguei pelas nove horas da manhã e fiquei instalado no Hotel Dom Aleixo, perto da Embaixada Portuguesa, em frente à antiga Intendência. Esta não era a primeira vez que iria viver, por algum tempo, em condições difíceis e às quais não estamos habituados. Mas isso nunca foi problema para mim. No entanto, confesso que me entristeceu muito o grau de destruição da cidade de Díli. Ao passar pelo ainda chamado como Hotel Makota, desbobinei um filme que tinha na minha cabeça e que tinha vista na nossa televisão, em que timorenses matavam outros timorenses, no tempo que antecedeu o Referendo que conduziu Timor à independência. Essas e outras imagens nunca desaparecerão da minha memória.

Passadas duas horas da minha chegada, havia uma cerimónia de abertura do ano escolar universitário. Esse foi o meu primeiro acto oficial em Timor. Lá estava o Reitor da UNTL, o Dr Armindo Maia, mais tarde Ministro da Educação, o representante de Portugal, ainda não chamado Embaixador, pois Timor ainda não existia como País, Drº Moitinho de Almeida e outros que a minha memória já não guarda.

 

Ali encontrei pela primeira vez os colegas docentes que, tal como eu, ali estavam para leccionar nos Cursos da FUP – Fundação das Universidades Portuguesas em cooperação com a UNTL – Universidade Nacional de Timor-leste. Este primeiro contacto coincidiu com a primeira saída de todos eles para visitar, creio, Baucau. Para quem como estava a chegar e queria conhecer Timor de ponta a ponta, foi uma pequena desilusão, pois a minha vontade era ir com eles.

Da cerimónia recordo um pequeno episódio. Dos vários milhares de pessoas que ali estavam, eu era o único que me apresentava de fato e gravata.

Aceitem um abraço do,

Manuel Cordeiro

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